(In) visibilidades na assistência de enfermagem no diagnóstico e tratamento da sífilis em gestantes

Abstract

As infecções sexualmente transmissíveis constituem um grande problema de saúde pública e a sífilis é uma das mais comuns, ela é transmitida pela bactéria Treponema pallidum e que mais acometem as mulheres no período de gestação e parto, tendo a maior taxa de transmissão vertical. A Enfermagem desempenha um papel importante nas equipes da Atenção Básica, pois além de serem responsáveis por um conjunto de ações assistenciais, realiza consultas de pré-natal das gestantes pertencentes às áreas que atua e tem total autonomia para diagnosticar a sífilis através dos testes treponêmicos e não treponêmicos e realizar o tratamento. Assim, o estudo teve como objetivo geral investigar os interferentes diretos e indiretos que influenciam a atuação do enfermeiro no diagnóstico e tratamento da sífilis em gestantes em um município do Recôncavo da Bahia e como objetivos específicos: traçar o perfil profissional dos enfermeiros das Unidades de Saúde da família; conhecer as estratégias utilizadas pelos enfermeiros para diagnóstico da sífilis nas gestantes; elencar as tomadas de decisão frente ao diagnóstico de exame positivo para sífilis; identificar aspectos que dificultam ou favorecem a autonomia do enfermeiro no diagnóstico e tratamento da gestante com sífilis. Para alcançar as metas desse estudo, diante da amplitude do tema, optou-se pela pesquisa de natureza descritiva, com abordagem qualitativa em que teve como participantes do estudo enfermeiros (as) da Estratégia de Saúde da Família de um município do Recôncavo da Bahia que tivessem casos notificados de sífilis em gestantes no período de jan 2017 até abril de 2018. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa e autorizado conforme parecer nº 2.917.183. Para coleta de dados, foi utilizada a entrevista semiestruturada. Por fim, os dados foram organizados e transcritos de forma sistemática e analisados a partir da técnica de análise de conteúdo segundo Minayo, em que se fez: pré- exploração do material e de leituras flutuantes, além de inferência na análise de conteúdo. Mediante essas reflexões esse estudo evidenciou que as fragilidades encontradas nas falhas dos diagnósticos e tratamentos não foram questionadas pela autonomia do enfermeiro, pela falta de conhecimento ou pelas condutas inadequadas, os fatores que tiveram mais relevância se referiram a dificuldade encontrada pelas profissionais na captação e tratamento dos parceiros, resistência devido ao tratamento doloroso com a penicilina, e a falta de informação das gestantes, mostrando que mesmo estando apto e capacitado, realizando todos os protocolos de maneira correta, existem fatores camuflados, que possibilitam a evolução para sífilis congênita. Esse estudo traz resultados relevantes, pela importância da investigação, diagnóstico e tratamento precoce da sífilis em gestantes, agregando a isso contribuir para a atualização e qualificação dos profissionais envolvidos no manejo da sífilis em gestantes da rede pública, beneficiando assim a população e as entidades governamentais a reduzirem os custos maiores em casos de sífilis congênita ou complicações pós-infecção visando sempre prevenção e promoção a saúde.