Revitalização pulpar em dentes com rizogênese incompleta e necrose: revisão de literatura

Abstract

O tratamento endodôntico em dentes com rizogênese incompleta e necrose pulpar representa um desafio para o cirurgião-dentista. Atualmente, a revitalização pulpar surgiu como uma opção terapêutica que permite a continuação do desenvolvimento radicular, através do espessamento das paredes radiculares e fechamento apical. Essa técnica, oferece ainda, maior longevidade à estrutura dental, existem vários protocolos para esta terapêutica. Assim, o objetivo do presente trabalho foi realizar uma revisão integrativa da literatura a respeito das técnicas de revitalização pulpar em dentes com rizogênese incompleta e necrose pulpar. Para tanto, foram realizadas buscas bibliográficas no período de agosto a outubro de 2018, na base de dados PUBMED, com as palavras chave em língua inglesa: revascularization, endodontics e teeth. Os artigos foram selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão: artigos de pesquisa clínica realizados em humanos e revisões sistemáticas; publicados no período de 2013 a 2018; escritos em língua inglesa que abordem o tema e com texto disponível online na íntegra. Para exclusão dos artigos foram adotados como critérios: artigos de pesquisa in vitro, em não humanos, revisão narrativa e relatos de caso, teses e dissertações; publicações fora do período estipulado; escritos em outros idiomas; não condizente com a proposta temática e os indisponíveis online na íntegra. Após a análise das publicações, foram encontrados 212 artigos, nos quais foram excluídos 198 artigos e sendo selecionados 14 artigos como amostra final desta revisão integrativa. O sucesso clínico e radiográfico da técnica de revitalização pulpar variou entre 71% a 100%., com tempo de proservação que variou entre 12 a 93 meses. Os principais motivos de sucesso foram a sobrevivência do elemento dental, ausência de sinais e sintomas, lesões periapicais diminuídas, aumento de densidade óssea e continuação do desenvolvimento radicular. Para os motivos de insucesso, têm-se lesões persistentes, presença de radiolucência periapical, recorrência dos sinais e sintomas e perda do elemento dental. Os protocolos clínicos para a técnica de revitalização pulpar variaram principalmente quanto a medicação intracanal e a concentração do hipoclorito de sódio. Para a comparação de sucesso clínico entre as técnicas de revitalização pulpar e apicificação, observou-se resultados satisfatórios para ambas, com variação de 76,47% a 94,1% de taxa de sucesso da revitalização pulpar e 80,77% a 100% para apicificação. A análise dos resultados desta revisão integrativa mostrou que a revascularização pulpar é um tratamento com desfechos clínicos consistentes, demonstrando um aumento da espessura e comprimento da raiz assim como um desenvolvimento continuado e fechamento apical. É importante ressaltar que a falta de padronização na implementação da técnica quanto aos parâmetros para avaliar os desfechos clínicos e radiográfico dificultaram uma análise precisa.