Pessoas adictas ao álcool e a família no processo de tratamento e reabilitação

Abstract

A participação da família no processo de tratamento e reabilitação de pessoas adictas ao álcool, pacientes do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas, é notoriamente importante, visto que os familiares auxiliam na reinserção do indivíduo a sociedade, oferecem informações pertinentes aos profissionais deste setor, participam do cuidado ativo dos pacientes e possuem condição de detectar de forma precoce possíveis alterações no estado psíquico dos usuários. Diante disto, o objetivo geral dessa pesquisa foi: conhecer a atuação da família no processo de tratamento e reabilitação de pessoas adictas ao álcool cadastradas no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas de um município do Recôncavo da Bahia. Sendo os objetivos específicos: traçar o perfil sociodemográfico dos pacientes adictos ao álcool e familiar responsável cadastrados na unidade; verificar a partir do paciente/familiar os interferentes no processo de tratamento e reabilitação proposto. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, que foi desenvolvido no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas de um município do Recôncavo da Bahia. Os participantes do estudo foram as pessoas adictas ao álcool cadastradas no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas e os seus familiares. Como critérios de inclusão, foram utilizados: estar cadastrado no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas; ter no prontuário o diagnóstico de adicto ao álcool; ter pelo menos um familiar responsável no seu cadastro. Os critérios de exclusão estabelecidos foram à recusa da assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido, bem como estar sob efeito de álcool e/ou outras drogas no momento da coleta. Não houve necessidade de excluir qualquer paciente ou familiar. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada individual, sendo gravada e posteriormente transcrita. Para analisar os dados foi utilizado o método da análise do conteúdo de Minayo (2012). Como resultados, percebeu-se que a maioria dos pacientes não possuía vinculo empregatício e que esse fato era oposto nos familiares, bem como que a maioria dos familiares responsáveis era do sexo feminino, fato que demonstra o protagonismo da mulher no que se refere ao cuidado do familiar. Tornou-se evidente que a participação da família é de extrema importância para o processo de tratamento e reabilitação das pessoas adictas ao álcool, bem como que as unidades necessitam criar mais estratégias para atender a família.