O agente comunitário de saúde na captação precoce de gestantes: dificuldades e desafios

Abstract

Uma assistência ao pré-natal de qualidade interfere diretamente na possibilidade de uma gestação e parto sem distorcia para o binômio mãe e filho, subsidiada por meio de ações conjuntas da equipe multiprofissional que compõe a Atenção Básica, sendo o Agente Comunitário de Saúde coadjuvante desse processo desde a captação precoce, ao acompanhamento e puerpério. Este trabalho teve como objetivo geral conhecer como o agente comunitário de saúde tem atuado na captação precoce de gestantes na atenção básica do município de Sapeaçú – BA, buscando identificar suas principais dificuldades e desafios. Os objetivos específicos foram: caracterizar as principais dificuldades e desafios encontrados pelo agente comunitário de saúde na captação precoce de gestantes; averiguar os métodos e ações utilizados pelo agente comunitário de saúde para que as gestantes passem a aderir às consultas de pré-natal e verificar o conhecimento do agente comunitário de saúde à cerca da captação precoce de gestantes para o acompanhamento do pré-natal. Estudo descritivo de abordagem qualitativa, realizado em todas as Unidades de Saúde da Família do município de Sapeaçú – BA nos meses de setembro e outubro de 2015. Para coleta de dados foi aplicada uma entrevista semiestruturada com hora, dia e local previamente combinado com cada agente comunitário de saúde, utilizando um roteiro contendo 6 questões, a qual foi gravada. Posteriormente, o conteúdo das entrevistas foi transcrito na integra e analisado por meio da análise de conteúdo temática de Minayo. Os participantes do estudo demonstraram que tinham conhecimento à cerca do programa pré-natal, da captação precoce de gestantes e das suas atribuições referentes a esta assistência. Além disso, expuseram as estratégias que utilizam para garantir a captação precoce, tendo a visita domiciliar como estratégia principal para obter êxito nesse processo. Trouxeram, também, as dificuldades e desafios que encontram nesse contexto, tal como a omissão da gestação por falta de apoio e citaram os fatores que interferem no início precoce do pré-natal, como a imaturidade das gestantes. Uma parcela dos participantes constatou a existência da realização de atividades de capacitação em suas unidades de saúde e afirmaram que, estas, ampliam seus conhecimentos e colaboram no processo de captar precocemente as gestantes. O estudo pôde contribuir, através de reflexões e novas discussões sobre a temática, podendo assim, possibilitar o preenchimento de lacunas ainda existentes sobre o tema. Também, pôde favorecer um repensar de ações que venham corroborar com a Estratégia Saúde da Família, bem como para o aperfeiçoamento de suas atribuições e planejamento de ações voltadas para a sociedade, principalmente no que se refere à captação precoce de gestante na atenção básica.