Só tem aqui, pode vim”: os festejos do pau de São Gonçalinho na comunidade de Camassandi, Jaguaripe – Bahia (1980-2000)

Abstract

As manifestações culturais e religiosas são permeadas por um mundo de constituição simbólica, carregado de significações que expressam formas de pensar, sentir, interagir e viver. As festas se constituem em importante espaço para refletir sobre as experiências de homens e mulheres que trabalham, se relacionam, manifestam suas crenças e também festejam. Esta pesquisa abordou a festa em homenagem a São Gonçalo do Amarante e foi intitulada “Só tem aqui, pode vim!”: os festejos do Pau de São Gonçalinho na comunidade de Camassandí. Jaguaripe – Bahia (1980-2000). A festa escolhida como objeto de pesquisa é composta pela novena na Igreja de São Gonçalo, padroeiro da comunidade, e termina com batuques de tambor em frente à Igreja reunindo as pessoas para cantar e dançar ao redor do ‘Pau de São Gonçalinho’, na esperança de ver um pedido atendido. A partir do que foi dito acima esta pesquisa trouxe como problema de pesquisa estudar qual a função e significados dos elementos simbólicos presentes na festa em louvor a São Gonçalo do Amarante, a comunidade de Camassandí, em Jaguaripe-Bahia. A pesquisa sobre o Pau de São Gonçalinho teve como principal objetivo compreender principais elementos simbólicos presentes na festa de São Gonçalo. Para tanto, foi fundamental perceber comportamentos, atitudes e visões de mundo dos participantes dos festejos, identificando nas manifestações culturais os símbolos reverenciados pelos sujeitos deste estudo. As principais fontes utilizadas foram depoimentos orais de moradores da comunidade, através da possibilidade de interpretar as narrativas e tentar compreender as vivências e lembranças de cada indivíduo que se propõe a compartilhar memórias com a coletividade. O presente trabalho se justifica como possibilidade de refletir e contribuir com a história regional e local, e que está inserida num contexto mais amplo, estabelecendo ligações com outros espaços de constituição do processo histórico. Ademais, insere-se na perspectiva de uma história que privilegia os caracteres problematizados dos novos paradigmas, rejeitando uma história factual e meramente narrativa.