Segurança do paciente: as estratégias de um serviço de atendimento móvel de urgência

Abstract

Ao longo dos anos vem se discutindo sobre a segurança do paciente e as suas implicações para a qualidade assistencial em serviços de saúde. Aos profissionais que prestam atendimento em saúde o erro parece inaceitável, sendo os mesmos colocados em lugar diferente de outras profissões, onde o erro parece ser até mesmo “aceitável” ou “esperado”. No atendimento pré-hospitalar, por ser um cuidado que é prestado fora do ambiente hospitalar, o cenário se apresenta como mais propício para a ocorrência de eventos adversos. Este estudo teve como objetivo geral, descrever as estratégias vigentes no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de um município do Recôncavo Baiano para garantir a Segurança do Paciente no contexto pré-hospitalar. Objetivos específicos: conhecer o perfil socioprofissional da equipe multiprofissional (assistência e gestão) do SAMU no município em questão; verificar o conhecimento da equipe multiprofissional (assistência e gestão) a respeito da temática Segurança do Paciente; identificar as ações gerenciais/assistenciais voltadas para a garantia da segurança do paciente no contexto pré-hospitalar; e identificar as principais dificuldades enfrentadas pela equipe multiprofissional do SAMU para garantir a segurança do paciente no contexto em questão. Referente metodologia, este estudo foi de natureza descritiva com abordagem qualitativa, em um município situado no recôncavo baiano, com 101 548 habitantes e distanciado a 190 km da capital. Fizeram parte do estudo os profissionais (gestão e assistência) que atuam na Base do SAMU do município supracitado. A pesquisa adotou como técnica de coleta de dados a entrevista semi-estruturada, sendo a análise feita de acordo com os conteúdos proposto por Minayo. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa da Faculdade Maria Milza, sob o número 3.234.582. Foi encontrado a predominância masculina no APH móvel, composto por adultos jovens, que compreendem a necessidade de prestar um atendimento seguro e de qualidade, ofertando segurança para tal. Ademais, foi possível identificar que a falta de insumos e treinamentos dificulta a prestação do cuidado seguro. Por fim, apreende-se que, apesar das discussões recentes sobre qualidade assistencial e segurança do paciente no APH móvel, ainda é preciso fomentar e avançar no sentido da capacitação e envolvimento da equipe, bem como na oferta da estrutura e condições de trabalho necessárias para a redução dos riscos assistenciais e garantia do cuidado seguro.