Perfil de utilização de medicamento por gestantes em atendimento prénatal em uma Unidade de Saúde da Família (USF) município de Santos Antônio de Jesus-BA

Abstract

No intuito de cura ou amenização dos sintomas oriundos das mudanças físicas e emocionais da gravidez, como náuseas, refluxos, infecções, muitas mulheres praticam a automedicação, outras recebem prescrição médica para a utilização dos mesmos. Em ambas situações, discutir sobre os riscos potenciais de utilização de medicamentos durante a gravidez é de fundamental importância, principalmente no primeiro trimestre da gravidez, no qual o feto está mais vulnerável aos danos que a medicalização pode provocar. Segundo estudos realizados em algumas regiões do Brasil, estima-se que a prevalência do uso de medicamentos por gestantes é de 90%, correspondendo a uma média de uso de 4,1 medicamentos por gestante, dos quais 83,6% foram prescritos e 16,4% foram utilizados por automedicação. Com o objetivo de minimizar os efeitos indesejados, como a teratogenia, provocados por fármacos na gravidez, a Food and Drug Administration (FDA) classifica os medicamentos em categorias, considerando os riscos/benefícios de cada classe. Nesta perspectiva o presente estudo teve como objetivo conhecer o perfil de medicamentos utilizados na gravidez em uma USF do município de Santo Antônio de Jesus – BA, analisando os riscos inerentes à terapia medicamentosa. Foi realizado um estudo observacional descritivo e retrospectivo dos dados demográficos das gestantes, verificando os medicamentos utilizados, peso, idade PA e se a gestação era planejada ou não através dos prontuários de grávidas que fizeram o pré-natal na USF escolhida no período de Janeiro a Abril de 2019, classificando os mesmos em prescritos e não prescritos, verificando as categorias de risco seguindo os critérios de riscos adotados pelo FDA (Food and Drug Administration) durante a gravidez. O trabalho foi submetido ao comitê de ética em pesquisa da FAMAM e após emissão de parecer favorável de número 3.274.185, foram analisados os prontuários das gestantes da USF escolhida. Diferente do encontrado na literatura, onde a maioria das gestantes fizeram uso de pelo menos um medicamentos durante a gestação, para tratar os sintomas inerentes a gravidez, neste trabalho foi utilizado apenas o sulfato ferroso e o ácido fólico pelas gestantes em atendimento pré-natal na USF. Os resultados contribuirão como fonte de informação para determinação do perfil local das mulheres atendidas na USF pesquisada, podendo ainda, agregar sugestões de conduta para coleta de informações dos prontuários. ___________________________________________________________________________________ ABSTRACT :In order to cure or alleviate the symptoms of the physical and emotional changes of pregnancy, such as nausea, reflux, infections, many women practice self-medication, others receive a medical prescription for their use. In both situations, discussing the potential risks of using medications during pregnancy is of fundamental importance, especially in the first trimester of pregnancy, in which the fetus is more vulnerable to the damage that medicalization may cause. According to studies conducted in some regions of Brazil, it is estimated that the prevalence of medication use by pregnant women is 90%, corresponding to an average of 4.1 medications per pregnant woman, of which 83.6% were prescribed and 16, 4% were used by self-medication. In order to minimize the unwanted effects caused by drugs in pregnancy, the Food and Drug Administration (FDA) classifies the drugs into categories, considering the risks / benefits of each class. In this perspective, the present study had as objective to know the profile of medicines used in pregnancy in a USF of Santo Antônio de Jesus city in BA, analyzing the risks inherent in drug therapy. A descriptive and retrospective observational study of the demographic data of the pregnant women was carried out, verifying the medicines used in the medical records, classifying them as prescribed and non-prescribed, verifying the risk categories according to the drug safety criteria adopted by the FDA during pregnancy. Inclusion criteria were those who underwent prenatal care at the USF chosen from January to April 2019. The study was submitted to FAMAM research ethics committee and after the favorable opinion of number 3.274.185 was issued, the charts of the pregnant women of the USF were analyzed. Differently from the literature, where the majority of pregnant women used at least one medication during pregnancy, to treat the symptoms inherent to pregnancy, only ferrous sulfate and folic acid were used in pregnant women in prenatal care at USF. The results will contribute as a source of information to determine the local profile of the women attending the USF, and may also suggest suggestions for conducting information to collect medical records.