Reabilitação protética ocular em vítima de acidente por arma de fogo: relato de caso

Abstract

Existe um elevado índice de perda de estruturas da face, estando incluso entre elas a perda ocular, que apresenta etiologia tanto na forma adquirida como na forma congênita. A forma adquirida pode ser classificada como patológica, apresentando características neoplásicas, infecciosas ou de etiologia acidental, sendo o trauma o principal fator etiológico para perda ocular. Na forma congênita temos o glaucoma, anoftalmia e microftalmia. Confeccionada pelo cirurgião-dentista, na especialidade de prótese bucomaxilofacial, a prótese ocular, foi preconizada por conta da necessidade de reabilitação estética e devolução da autoestima do paciente mutilado; colaborando para reinserção do indivíduo na sociedade e contribuindo com sucesso do tratamento. Dentro dessa perspectiva, o estudo buscou responder ao seguinte problema: Em um estudo de caso como se apresentam as fases da confecção e adaptação da prótese ocular em vítima de acidente por arma de fogo? Nesse contexto o objetivo desse estudo foi descrever a partir de um relato de caso clínico, como se apresentam as fases de confecção e adaptação da prótese ocular em uma vítima de acidente de arma de fogo. O estudo apresentou como justificativa possuir o intuito de colaborar com o conhecimento de cirurgiões dentistas e alunos do curso de odontologia, acerca da reabilitação a partir da utilização de uma prótese ocular, onde irão constar suas indicações, limitações e vantagens. O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa – FAMAM, sendo aprovado sob o parecer 3.247.358. Foi realizado um relato de caso desenvolvido no Ambulatório de Próteses Faciais do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Paraíba, localizada na cidade de São José dos Campos. O participante tem 31 anos de idade, gênero feminino, com ausência ocular, onde a mesma foi alvejada na região de face, relatou na queixa principal insatisfação e vergonha ao apresentar ausência do olho esquerdo, interferindo na sua autoestima e relação interpessoal, a mesma assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, onde concordou participar de todas as etapas do estudo. Foi definido como plano de tratamento para essa paciente a reabilitação ocular a partir da confecção de uma prótese individualizada. A partir disso seguiu-se um protocolo clínico da técnica reabilitadora preconizada pela literatura, onde pôde-se observar no resultado final que a reabilitação obteve sucesso, sendo constatado que a paciente apresentou grande satisfação, conforto e mobilidade com a utilização da prótese.