Exodontia de dentes permanentes na atenção básica em municípios do Recôncavo baiano com e sem centro de especialidades odontológicas

Abstract

Historicamente no Brasil a assistência odontológica se baseava em intervenções curativas e mutiladoras, estabelecendo a extração dentária como a principal forma de tratamento. Em busca de um modelo de atenção que se fundamentasse nas necessidades da população, proporcionando a prevenção de doenças de forma eficaz, ampliando e qualificando o acesso a assistência, por conseguinte promovendo saúde, no ano de 2004, o Ministério da Saúde implantou a Política Nacional de Saúde Bucal, uma conquista da população e dos trabalhadores da área de saúde através de uma luta histórica. A proposta do Ministério da Saúde do Brasil buscava qualificar e ampliar os serviços prestados à população, de modo a garantir a integralidade e permissão de acesso a todos os indivíduos aos serviços de saúde bucal pública, para isso foram criados os Centros de Especialidades Odontológicas. Nesse sentido o trabalho teve por objetivo conhecer se existe diferença no quantitativo de exodontias entre municípios do Recôncavo Baiano com e sem Centro de Especialidades Odontológicas. Para isso foram utilizados dados secundários coletados no DATASUS e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foram extraídas informações à respeito da caracterização sociodemográfica dos municípios, informações sobre o Índice de Desenvolvimento Humano municipal e a quantidade de equipes de saúde da família e de equipes de saúde bucal atuantes em cada município. Os dados referentes a produção ambulatorial foram tabulados por meio do software TabWin, versão 3.52, disponibilizado pelo DATASUS. Após a tabulação foram exportados para o programa Microsoft Office Excel® 2010, para serem calculados os respectivos indicadores de saúde bucal. No período analisado o município que possui Centro de Especialidades Odontológicas, apresentou os menores resultados do indicador de proporção de exodontia em relação aos procedimentos clínicos individuais preventivos e curativos realizados na atenção básica. E também foi o único a apresentar 100% de cobertura das equipes de saúde bucal em todo período, apresentando a maior cobertura de primeira consulta odontológica e a maior média de ação coletiva de escovação dental supervisionada. Enquanto que os municípios sem CEO apresentaram menor cobertura de equipes de saúde bucal e de primeira consulta odontológica, além das menores médias de ação coletiva de escovação dental supervisionada. Os resultados obtidos demonstram haver diferença no quantitativo de exodontia entre os municípios com e sem CEO. A menor ocorrência de exodontias na atenção básica pode ser atribuída a presença do CEO no município e também a cobertura de equipes de saúde bucal.