Manejo da dor em unidade de terapia intensiva neonatal: concepção dos fisioterapeutas

Abstract

O recém-nascido (RN), na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), passa por inúmeros procedimentos estressantes e dolorosos, não sendo capaz de verbalizar o que sente e tendo em vista suas especificidades, a dor neonatal tem sido mal avaliada o que resulta numa terapêutica ineficaz e por vezes negligentes. O fisioterapeuta, como parte da equipe multiprofissional de assistência ao RN, tem se tornado indispensável na prestação da assistência adequada, por tanto é de grande valia que fisioterapeuta e toda equipe reconheçam a importância da dor neonatal, sua avaliação e manejo. Nesse contexto, este estudo teve por objetivo identificar a concepção dos fisioterapeutas sobre o manejo da dor em unidade de terapia intensiva neonatal. Trata-se de uma pesquisa de campo de natureza descritiva, realizada com fisioterapeutas que atuavam em UTINs de hospitais públicos da Capital ou do Interior da Bahia, por meio de um questionário online, vinculado ao google forms. Participaram do estudo 12 profissionais, sendo que 75% trabalhavam no interior e 25% na capital da Bahia. Todos os participantes reconheceram que o neonato pode sentir dor, que essa dor é importante na UTIN e classificaram como importante ou muito importante uma rotina diária de avaliação da dor neonatal, sendo que 50% apontam possuir essa rotina na unidade de trabalho. Sobre a avaliação da dor 91,7% afirmaram conhecer as escalas de avaliação da dor e citaram NIPIS como a mais utilizada em suas práticas. As estratégias utilizadas pelos participantes para alívio da dor neonatal envolveram estimulações sensoriais, vestibulares e proprioceptivas. Os profissionais entrevistados reconheceram a importância da dor para o ambiente da UTIN, dispõem de conhecimento sobre as escalas de avaliação e estratégias de manejo da dor, porém existe a necessidade de uma sistematização de rotinas assistenciais que envolvam esses cuidados diários. __________________________________________________________________________________ The newborn (NB) in the Neonatal Intensive Care Unit (NICU) undergoes numerous stressful and painful procedures, not being able to verbalize what he/she feels and in view of his/her specificities, neonatal pain has been poorly evaluated which results ineffective and sometimes negligent therapy. The physiotherapist, as part of the multiprofessional care team for newborns, has become indispensable in providing adequate care, so it is of great value that the physiotherapist and the entire team recognize the importance of neonatal pain, its assessment and management, in this context, the purpose of this study is: identify the physiotherapists' conception of pain management in a neonatal intensive care unit. Methodology: this is a descriptive field research, carried out with physiotherapists who worked in NICU's in public hospitals located both in the capital of Bahia or the interior of the state, through an online questionnaire, linked to Google Forms. Twelve professionals participated in the study, 75% worked in the countryside and 25% in the capital of Bahia. Results: all participants recognize that the newborn may feel pain, that this pain is important in the NICU and classify a daily routine of neonatal pain assessment as important or very important, with 50% of the interviewees indicating that they have this routine in the work unit. 91.7% claim to know the pain assessment scales and cited NIPI's as the most used in their practices. The strategies used by the participants to relieve neonatal pain involve sensory, vestibular and proprioceptive stimulations. Conclusion: it was found that physiotherapists recognize the importance of pain for the NICU environment, are aware of the assessment scales and pain management strategies, but there is a need for a systematization of care routines that involve such daily care.