Infecções bucais em pacientes pediátricos e seus desfechos: uma análise no contexto das unidades de terapia intensiva

Abstract

Os cirurgiões dentistas vêm ganhando cada vez mais espaço no âmbito hospitalar. A importância de sua inserção reside nas robustas evidências científicas de que, a manutenção da saúde bucal no período de internamento é capaz de reduzir potenciais riscos de infecções sistêmicas e comorbidades associadas. Diante do contexto apresentado, o estudo responderá a seguinte pergunta: Existem diferenças relacionadas a prevalência de infecções nosocomiais entre crianças que recebem cuidados de higiene bucal nas unidades de terapia intensiva, quando comparadas a crianças que não recebem esses cuidados? Este estudo tem como objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura sobre os cuidados com a saúde bucal de indivíduos admitidos em unidades de terapia intensiva pediátrica e os desfechos na saúde. Do mesmo modo, os objetivos específicos buscam avaliar quais as principais formas de higiene bucal são utilizadas para controle de infecção e se as práticas de higiene bucal podem gerar diminuição da morbi-mortalidade de indivíduos admitidos em unidades de terapia intensiva pediátrica. O presente trabalho trata-se de uma revisão sistemática da literatura, conduzida tomando por base os critérios estabelecido pelo International Prospective Register of Systematic Reviews – PROSPERO. Nesta revisão foram incluídos apenas ensaios clínicos realizados em humanos, incluindo indivíduos de 0 a 16 anos, publicados em língua inglesa e portuguesa, entre os anos de 2001 a 2021. Na busca pelos artigos foram utilizadas as bases de dados PUBMED, LILACS E SciELO. Um total de 113 publicações foram encontradas, mas somente 06 textos atenderam aos critérios de elegibilidade. Nestas pesquisas foram avaliados um total de 562 indivíduos, e os desfechos apresentados foram pneumonia nosocomial e/ou por ventilação mecânica, infecção de secreções orofarígeas por patógenos bucais, mucosite oral e maior tempo de internamento. Os estudos foram analisados quantitativa e qualitativamente, concluindo que há uma certa evidência de que medidas de higiene bucal, como o uso da clorexidina em crianças admitidas em unidade de terapia intensiva não diminuem a incidência da pneumonia. Esta evidência deve ser interpretada com cuidado. Há necessidade de mais pesquisas para minimizar os erros metodológicos e a diversidade de intervenções clínicas entre os estudos. _________________________________________________________________________________ Dental surgeons gaining more and more space in the hospital environment. The importance of its insertion resides in the robust scientific evidence that, maintaining oral health during hospitalization is capable of reducing potential risks of systemic and associated comorbidities. Given the context presented, the study will answer the following question: Are there differences differences in the prevalence of nosocomial diseases among children who have oral hygiene care in intensive care units, when compared to children who do not contain such care? The general objective of this study is to carry out a systematic review of the literature on oral health care for those required to be admitted to pediatric intensive care units and health outcomes. Likewise, the specific objectives seek to assess which the main forms of oral hygiene are used to control infection and whether oral hygiene practices can reduce the morbidity and mortality of those admitted to pediatric intensive care units. The present work is a systematic review of the literature, conducted based on the criteria established by the Prospective International Registry of Systematic Reviews - PROSPERO. This review included only clinical trials conducted in humans, included from 0 to 16 years old, published in English and Portuguese, between 2001 and 2021. In the search for articles, PUBMED, LILACS AND SciELO databases were used. . A total of 113 publications were found, but only 06 texts met the eligibility criteria. Researches were obtained from a total of 562, and the outcomes generated were nosocomial and / or mechanical pneumonia, infection of oropharyngeal secretions by oral pathogens, oral mucosite and longer hospital stay. The studies were analyzed quantitatively and qualitatively, concluding that there is some evidence that oral hygiene measures, such as the use of chlorhexidine in children admitted to the intensive care unit, do not reduce an incident of pneumonia. This evidence must be interpreted carefully. More research is needed to minimize methodological errors and diversity of clinics between studies.