O uso da toxina botulínica em pacientes espásticos, pós acidente vascular cerebral (AVC): uma revisão de literatura

Abstract

O AVC é responsável pela segunda maior causa de morte no Brasil. Na maior parte da América Latina, afeta pessoas de diferentes idades e de ambos os sexos, sendo boa parte dos fatores de risco evitável. A espasticidade é caracterizada por se apresentar em forma de hipertonia muscular, sendo relacionada pela resistência ao movimento articular passivo, devida a intensa hiperatividade do reflexo do estiramento, ocasionado por conta da lesão do neurônio motor superior. Pode causar deformidades articulares, dor, mudanças no humor e sono, além disso vai ocorrer a redução da qualidade de vida, sendo assim, a toxina botulínica merece destaque, sendo utilizada para o tratamento da espasticidade, promovendo melhoras na capacidade funcional e também na morfologia muscular. De forma geral o objetivo desse estudo é avaliar o uso da toxina botulínica em pacientes com espasticidade, pós AVC. Os objetivos específicos desse estudo incluem: descrever a história da utilização médica da toxina botulínica, relatar as contribuições da aplicação nos casos de AVC, discutir qual é o tempo médio de duração dos efeitos em indivíduos com espasticidade. A pesquisa se baseia em uma revisão narrativa, de artigos publicados nos últimos cinco anos, em periódicos nacionais e internacionais indexados nas bases de dados Google Acadêmico, Lilacs, Scielo e PubMed. Os descritores utilizados foram: indivíduos com espasticidade pós acidente vascular cerebral; acidente vascular cerebral e espasticidade; espasticidade muscular em pacientes com sequelas do avc; o uso da toxina botulínica em pacientes com espasticidade no idioma português e inglês. Através de estudos do oftalmologista americano Alan Scott, pode perceber que a toxina botulínica foi descrita para tratamento de estrabismo. Assim, esse medicamento se estendeu para diversas áreas da medicina e se desenvolveu bastante para fins estéticos. A toxina botulínica do tipo A, tem sido usada para tratar a espasticidade porque atua bloqueando a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular, causando uma redução da espasticidade. Seu mecanismo de ação inclui a supressão local e temporária do reflexo de alongamento, melhorando a função passiva do membro afetado e promovendo cuidados pessoais. A resposta clínica e a durabilidade do efeito da toxina são determinados por fatores individuas do paciente que pode variar de 6 semanas até 6 meses. Os efeitos da aplicação da toxina, já podem ser observados após 6 horas quando, o musculo ele já consegue sofrer a paralisia, porém os finais efeitos, serão notados entre 24-72 horas. Conclui-se que o uso da toxina botulínica é um processo eficaz, que pode ser utilizada em pacientes espásticos pós AVC, desde que o mesmo obedeça as instruções de uso e que o profissional respeite o quadro clinico do paciente. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACT Stroke is responsible for the second leading cause of death in Brazil. In most of Latin America, it affects people of different ages and of both sexes, and most of the risk factors are avoidable. Spasticity is characterized by presenting in the form of muscle hypertonia, being related by resistance to passive joint movement, due to intense hyperactivity of the stretch reflex, caused by damage to the upper motor neuron. It can cause joint deformities, pain, changes in mood and sleep, in addition to reducing quality of life, thus, botulinum toxin deserves to be highlighted, being used for the treatment of spasticity, promoting improvements in functional capacity and also in morphology muscle. In general, the aim of this study is to evaluate the use of botulinum toxin in patients with spasticity after stroke. The specific objectives of this study include: describing the history of the medical use of botulinum toxin, reporting the contributions of its application in stroke cases, discussing the average duration of effects in individuals with spasticity. The research is based on a narrative review of articles published in the last five years, in national and international journals indexed in the Google Academic, Lilacs, Scielo and PubMed databases. The descriptors used were: individuals with spasticity after stroke; stroke and spasticity; muscle spasticity in patients with stroke sequelae; the use of botulinum toxin in patients with spasticity in Portuguese and English. Through studies by American ophthalmologist Alan Scott, you can see that botulinum toxin has been described for the treatment of strabismus. Thus, this medicine was extended to several areas of medicine and developed a lot for aesthetic purposes. Botulinum toxin type A has been used to treat spasticity because it works by blocking the release of acetylcholine at the neuromuscular junction, causing a reduction in spasticity. Its mechanism of action includes local and temporary suppression of the stretching reflex, improving the passive function of the affected limb and promoting personal care. The clinical response and the durability of the toxin's effect are determined by individual patient factors which can range from 6 weeks to 6 months. The effects of the toxin application can already be observed after 6 hours when the muscle can already suffer paralysis, but the final effects will be noticed between 24-72 hours. It is concluded that the use of botulinum toxin is an effective process, which can be used in spastic patients after stroke, as long as it follows the instructions for use and that the professional respects the patient's clinical condition.