Assistência de enfermagem na rede básica de saúde às mulheres vítimas de assédio e violência sexual: uma revisão de literatura

Abstract

A partir das lutas femininas na década de 1960, e com a reivindicação por igualdade de gênero bem como, os questionamentos acerca do espaço da mulher na sociedade, o assédio e a violência sexual contra a mulher vêm ganhando visibilidade na sociedade e passou a ser visto como um problema social e de saúde pública. O assédio e violência sexual atinge mulheres de todas as classes sociais, etnias, orientação sexual e raças. Nesse sentido, o profissional de enfermagem torna-se imprescindível na assistência às vítimas, visto que o mesmo está em constante contato com as usuárias do serviço de saúde. Sendo assim, os profissionais de Enfermagem atuantes na Atenção Básica devem proporcionar na sua prática de atendimento, acolhimento, cuidado e a orientação no atendimento primário, pois podem contribuir para melhorar a autoestima da vítima, encorajá-la no processo de denúncia, afim de evitar danos em níveis psíquicos, sexuais, reprodutivos e emocionais. Entendendo a importância do enfermeiro nessa problemática, o presente estudo teve como objetivo geral: analisar, por meio da literatura nacional, a assistência de enfermagem na rede básica de saúde às mulheres vítimas de assédio e violência sexual. E a partir do objetivo gerador, traçasse os seguintes objetivos específicos: Caracterizar a produção científica quanto ao ano, local de publicação, periódicos e tipo de estudo; compreender os desafios da assistência no atendimento à mulher vítima de assédio e violência sexual na rede básica de saúde e identificar a utilização de protocolos na assistência às mulheres vítimas de assédio e violência sexual. A coleta de dados teve início em outubro de 2021 e foi finalizada em novembro de 2021, na base de dados Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), tendo como descritores: “violência sexual”, “assédio sexual”, “violência contra a mulher” e “cuidados de enfermagem”. Foram selecionados 6 artigos, nos quais foram encontrados 3 categorias: 1) Características das produções científicas selecionadas; 2) Desafios da assistência na rede básica de saúde no atendimento à mulher vítima de assédio e violência sexual; 3) Protocolos utilizados na assistência às mulheres vítimas de violência e assédio sexual. Das informações extraídas dos artigos mencionados acima, pode-se montar um retrato da situação vivenciada pela mulher em situação de violência e assédio sexual nos dias de hoje, o assédio e a violência contra mulheres, é retratado nos artigos de acordo com as pesquisas feitas pelos autores de forma banalizada no contexto social uma vez que a cultura machista perpetuada na sociedade influencia direta e indiretamente para a negação do assédio sexual enquanto violência. Neste sentido, pode-se constatar que diante do supracitado, mulheres vítimas de assédio acabam se auto reprimindo por conta do medo que advém de uma pressão social cercada de julgamentos preconceituosos, machistas e perversos. Estes fatos contribuem para o silenciamento, opressão e sofrimento das mesmas que se calam em situações de assédio e violência por receio de não serem ouvidas, compreendidas e até mesmo culpabilizadas pelo ato. Deste modo, é necessário que os profissionais de Enfermagem que atuam na rede de Atenção Básica compreendam a relevância de oferecer um atendimento acolhedor e busque refletir sobre está problemática a fim de contribuir para o enfrentamento do assédio e violência sexual. ______________________________________________________________________________________ ABSTRACT: From the struggles of women in the 1960s, and with the demand for gender equality, questions about the space of women in society, harassment and sexual violence against women have gained visibility in society and started to be seen as a social and public health problem. Harassment and sexual violence affect women of all social classes, ethnicities, sexual orientation and races. In this sense, the nursing professional becomes essential in assisting victims, as he is in constant contact with the users of the health service. Therefore, nursing professionals working in Primary Care must provide in their practice of care, reception, care and guidance in primary care, as they can contribute to improving the victim's self-esteem, encouraging them in the reporting process, in order to avoid damage on psychic, sexual, reproductive and emotional levels. Understanding the importance of nurses in this issue, the present study had the general objective: to analyze, through the national literature, nursing care in the basic health network for women victims of sexual harassment and violence. And from the generating objective, outline the following specific objectives: Characterize the scientific production in terms of year, place of publication, journals and type of study; understand the challenges of assistance in caring for women victims of harassment and sexual violence in the basic health network and identify the use of protocols in assisting women victims of sexual harassment and violence. Data collection began in October 2021 and ended in November 2021, in the Virtual Health Library (VHL) database, with the descriptors: "sexual violence", "sexual harassment", "violence against women" and “nursing care”. Twelve articles were selected, in which 3 categories were found: 1) Characteristics of the selected scientific productions; 2) Challenges of assistance in the basic health network in assisting women who are victims of sexual harassment and violence; 3) Protocols used to assist women victims of violence and sexual harassment. From the information extracted from the articles mentioned above, it is possible to assemble a picture of the situation experienced by women in situations of violence and sexual harassment today, harassment and violence against women, is portrayed in the articles according to the research carried out by the authors in a trivialized way in the social context, since the macho culture perpetuated in society directly and indirectly influences the denial of sexual harassment as violence. In this sense, it can be seen that, given the above, women victims of harassment end up repressing themselves due to the fear that comes from a social pressure surrounded by prejudiced, sexist and perverse judgments. These facts contribute to the silencing, oppression and suffering of those who remain silent in situations of harassment and violence for fear of not being heard, understood and even blamed for the act. Thus, it is necessary that nursing professionals who work in the Primary Care network understand the importance of offering a welcoming service and seek to reflect on this problem in order to contribute to the confrontation of sexual harassment and violence.