Introdução alimentar precoce em lactentes em localidades rurais no recôncavo baiano: crenças e mitos

Abstract

A alimentação infantil tem ganhado cada vez mais espaço na sociedade. Isso porque a introdução alimentar inadequada traz prejuízos como desnutrição, infecções respiratórias, doenças diarreicas e Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), tanto a curto quanto a longo prazo no desenvolvimento infantil. As crenças e os tabus alimentares podem estar ligados à prática do aleitamento materno. Biologicamente, as mães produzem leite suficiente para atender à demanda de seus filhos. Algumas crenças sobre o “leite fraco” ou insuficiente podem acarretar na precocidade da introdução de alimentos, sem auxílio de um profissional qualificado, o que compromete o aleitamento materno exclusivo (AME) e os benefícios para mãe e filho. O estudo teve como objetivo investigar os motivos para a introdução precoce de alimentos em lactentes, através de uma pesquisa de campo, de natureza observacional, de caráter descritivo e de abordagem quantitativa. Participaram do estudo 30 mulheres que tiveram filhos nos últimos 5 anos, residentes nas localidades rurais de Lagoa Seca, Murutuba, Murici, Quiamba, Tenda e Quixabeira, situadas nos municípios de Cabaceiras Do Paraguaçu, Sapeaçú e Governador Mangabeira, localizados no Recôncavo Baiano. As participantes responderam a um questionário padrão construído e aplicado na feramenta Google Forms® , enviado através das redes sociais, email, Whatsapp ® , Instagram® e Messenger® de acordo com a disponibilidade das voluntárias. A partir dos dados coletados, utilizando o software Microsoft Excel 2017® , foi feito um levantamento das frequências absolutas e relativas por meio de dados e tabelas. 53,33% das mães admitiram terem feito a introdução de alimentos antes dos 6 meses de idade, apesar de receberem informações sobre a importância do AME. Alguns fatores relacionados foram a crença do leite fraco ou insuficiente e o mito do ganho de peso mais rápido através da alimentação complementar. Muitas participantes informaram influência de terceiros sobre a decisão da introdução alimentar precoce. O estudo possibilitou mapear os elementos culturais e sociais nas comunidades rurais da Bahia, que resultam em hábitos alimentares inadequados e conduzem a erros nutricionais danosos à saúde infantil, a despeito, inclusive, das orientações nutricionais que as mães demonstram terem recebido na rede de assistência à saúde. __________________________________________________________________________________ ABSTRACT: Infant feeding has gained more and more space in society. This is because inadequate food introduction brings losses such as malnutrition, respiratory infections, diarrheal diseases and Chronic Non-Communicable Diseases (NCDs), both in the short and long term in child development. Beliefs and food taboos may be linked to the practice of breastfeeding. Biologically, mothers produce enough milk to meet the demand of their children. Some beliefs about “weak or insufficient milk” can lead to the early introduction of food, without the help of a qualified professional, which compromises exclusive breastfeeding (EBF) and the benefits for mother and child. The study aimed to investigate the reasons for the early introduction of foods in infants, through a field research, observational, descriptive and quantitative approach. Thirty women who had had children in the last 5 years participated in the study, living in the rural areas of Lagoa Seca, Murutuba, Murici, Quiamba, Tenda and Quixabeira, located in the municipalities of Cabaceiras Do Paraguaçu, Sapeaçú and Governador Mangabeira, located in the Recôncavo Baiano. The participants answered a standard questionnaire built and applied using the Google Forms® tool, sent through social networks, email, Whatsapp®, Instagram® and Messenger® according to the availability of the volunteers. From the data collected, using Microsoft Excel 2017® software, a survey of absolute and relative frequencies was carried out through data and tables. 53.33% of the mothers admitted having introduced foods before 6 months of age, despite receiving information about the importance of EBF. Some related factors were the belief of weak or insufficient milk and the myth of faster weight gain through complementary feeding. Many participants reported third-party influence on the decision to introduce early food. The study made it possible to map the cultural and social elements in rural communities in Bahia, which result in inadequate eating habits and lead to nutritional errors that are harmful to children's health, despite even the nutritional guidelines that mothers demonstrate to have received in the assistance network for children. health.