Uso de plantas medicinais e fitoterápicos no contexto da atenção básica na promoção da saúde

Abstract

As plantas medicinais consistem num recurso terapêutico, utilizadas, pelo homem, como alternativa no tratamento e cura de diversas doenças desde tempo mais remoto e tais conhecimentos vêm sendo disseminada de geração em geração, através do conhecimento popular. A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 80% da população mundial, especialmente em países em desenvolvimento, faz uso dessa prática. O objetivo deste estudo foi analisar o conhecimento e uso de plantas medicinais e fitoterápicos pelos profissionais de saúde e os usuários da Atenção Básica de um município do Recôncavo da Bahia frente a Política de Práticas Integrativas e Complementares. Tratou-se de pesquisa de campo e descritiva de abordagem quantitativa. Os dados foram coletados entre agosto de 2020 a fevereiro de 2021 utilizando formulário em uma amostra composta por 380 usuários e questionário enviado via whataap a todos profissionais de saúde, Agente Comunitário de Saúde, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, cirurgiões-dentistas, auxiliar de saúde bucal, farmacêuticos, nutricionistas e outros na área de abrangência das dez Unidades Básica de Saúde de um Município do Recôncavo da Bahia e analisados através do software Statistical Package for the Social Sciences para análises de frequência absoluta e relativa, o Past para a verificação de similaridade e o R para a análise bivariada. A associação entre as categorias profissionais e conhecimento da legislação foram verificadas na análise bivariada pelo teste Qui-Quadrado de Pearson pelo programa R versão 2.3. Os resultados apontaram que a maioria dos usuários (81,25%) e profissionais de saúde (78,2%) entrevistados foram, predominantemente, do sexo feminino e o conhecimento e uso dessas práticas foram provenientes do contexto familiar. Observou-se que a maioria dos usuários utilizam plantas medicinais, por outro lado, a maioria dos profissionais desconhecem as políticas e normas sobre terapia alternativa através do uso de plantas medicinais e fitoterápicos, existindo uma grande lacuna a ser preenchida pelos profissionais da saúde no que diz respeito a prescrição, recomendação e/ou orientação rotineiramente do uso destas práticas nas suas atividades. Desse modo, pode-se concluir que, para que haja a implantação desta prática nos serviços de saúde, faz-se necessário investimentos na capacitação dos profissionais e institucionalização de protocolo visando obter embasamento nas prescrições, recomendações e orientações a respeito do tema de forma eficaz, segura e racional no contexto da Atenção Básica. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACT Medicinal plants are a therapeutic resource, used by man as an alternative in the treatment and cure of various diseases since remote times and such knowledge has been disseminated from generation to generation, through popular knowledge. The World Health Organization estimates that around 80% of the world population, especially in developing countries, uses this practice. The aim of this study was to analyze the knowledge and use of medicinal and herbal plants by health professionals and users of Primary Care in a municipality in the Recôncavo da Bahia region, in view of the Policy of Integrative and Complementary Practices. It was a field and descriptive research with a quantitative approach. Data were collected between August 2020 and February 2021 using a form in a sample of 380 users and a questionnaire sent via whataap to all health professionals, Community Health Agents, physicians, nurses, nursing technicians, dentists, assistant of oral health, pharmacists, nutritionists and others in the coverage area of the ten Basic Health Units of a municipality in the Recôncavo da Bahia and analyzed using the Statistical Package for the Social Sciences software for absolute and relative frequency analysis, the Past for verification of similarity and the R for the bivariate analysis. The association between professional categories and knowledge of the law was verified in the bivariate analysis using Pearson's Chi-Square test using the R version 2.3 program. The results showed that most users (81.25%) and health professionals (78.2%) interviewed were predominantly female and the knowledge and use of these practices came from the family context. It was observed that most users use medicinal plants, on the other hand, most professionals are unaware of the policies and standards on alternative therapy through the use of medicinal and herbal plants, there is a large gap to be filled by health professionals in what it concerns the routine prescription, recommendation and/or guidance of the use of these practices in their activities. Thus, it can be concluded that, in order for this practice to be implemented in health services, it is necessary to invest in professional training and protocol institutionalization in order to obtain an effective basis in the prescriptions, recommendations and guidelines on the subject, safe and rational in the context of Primary Care