Fatores associados à incontinência urinária e qualidade de vida de mulheres

Abstract

A expressão Incontinência Urinária é utilizada para denominar a perda involuntária e inconsciente de urina através da uretra intacta, a qualquer esforço, sem que haja a contração da musculatura lisa da bexiga, sendo uma condição frequente na população feminina. Essa patologia é um problema comum que pode afetar mulheres de todas as idades e as principais consequências relacionadas à saúde física, destacam-se: infecção do trato urinário, aumento do risco de quedas e fraturas, maceração da pele e formação de feridas, fator higiênico, além da interferência na vida sexual, nas tarefas domésticas e no trabalho. Essas implicações causam desconforto, constrangimento, perda da autoconfiança e interferem negativamente na saúde de muitas mulheres, além de representar um grave problema de saúde pública. Este estudo teve como objetivo geral analisar a qualidade de vida geral e relacionada a incontinência urinária de uma amostra populacional de mulheres do Recôncavo Baiano. E, como objetivos específicos: Traçar o perfil sociodemográfico, ambiental e de saúde de mulheres com incontinência urinária; Avaliar os impactos da incontinência urinária no que se refere à qualidade de vida relacionada à saúde das mulheres; Identificar os fatores associados que impactam na qualidade de vida global das mulheres relacionados aos domínios físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente; Elaborar um material didático para o cuidado de mulheres com incontinência urinária. A pesquisa é de natureza descritiva e abordagem quantitativa. A técnica de amostragem empregada foi a bola de neve (snow ball), a qual consiste de uma amostra não probabilística que utiliza cadeias de referência. Os participantes do estudo foram mulheres com incontinência urinária de munícipios do Recôncavo Baiano com realização de coleta de dados por questionários autopreenchidos, via google forms. Foram aplicados três formulários com questões objetivas sendo: 1. Aspectos sociodemográficos, ambiental e de saúde; 2. King’s Health Questionnaire (KHQ), relacionado aos aspectos específicos da incontinência urinária), 3. World Health Organization Quality of Life Bref (WHOQOL-Bref), relacionado à qualidade de vida. A análise estatística foi realizada no software SPSS sendo calculado o índice de confiabilidade Alfa de Cronbach, as médias aritméticas e análise de agrupamento ou Clustering. Na análise geral dos escores das facetas obtidos no estudo observou-se que as variáveis sociodemográficas, ambiental e de saúde como escolaridade e renda mensal são marcadores da qualidade de vida de mulheres com IU, corroborando com a ideia de quanto maior a condição socioeconômica, maior acesso a prevenção e tratamento dessa doença. Foi observado um escore de 3,5 para qualidade de vida geral, que corresponde a classificação “nem ruim nem bom”. Os domínios físico, psicológico, relações sociais e ambiental apresentam mediana 4,0. A análise de Cluster revelou que a enurese e a depressão são fatores que mais impactam na qualidade de vida das mulheres com IU. Com base nos resultados foi construído um material didático com o intuito de informar e direcionar o profissional fisioterapeuta sobre cuidados e orientações gerais da IU, a fim de colaborar com a melhora do bem estar dessas pessoas e minimizar esses problemas em âmbito regional. Conclui-se que a incontinência urinária pode impactar na qualidade de vida das mulheres, porém ainda necessita de mais informações acerca de sua prevenção e tratamento. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACT The expression Urinary Incontinence is used to name the involuntary and unconscious loss of urine through the intact urethra, at any effort, without the contraction of the smooth muscles of the bladder, being a frequent condition in the female population. This pathology is a common problem that can affect women of all ages and the main consequences related to physical health are: urinary tract infection, increased risk of falls and fractures, skin maceration and wound formation, hygiene factor , in addition to interference in sex life, household chores and work. These implications cause discomfort, embarrassment, loss of self-confidence and negatively interfere with the health of many women, in addition to representing a serious public health problem. This study aimed to analyze the general quality of life and quality of life related to urinary incontinence of a population sample of women from the Recôncavo Baiano. And, as specific objectives: To trace the sociodemographic, environmental and health profile of women with urinary incontinence; Evaluate the impacts of urinary incontinence in terms of women's health-related quality of life; To identify the associated factors that impact the global quality of life of women related to the physical, psychological, social relationships and environment domains; To develop a teaching material for the care of women with urinary incontinence. The research is descriptive in nature and has a quantitative approach. The sampling technique used was the snowball, which consists of a non-probabilistic sample that uses reference chains. The study participants were women with urinary incontinence from municipalities in the Recôncavo Baiano who collected data through self-completed questionnaires, via google forms. Three forms with objective questions were applied: 1. Sociodemographic, environmental and health aspects; 2. King's Health Questionnaire (KHQ), related to specific aspects of urinary incontinence), 3. World Health Organization Quality of Life Bref (WHOQOL-Bref), related to quality of life. Statistical analysis was performed using SPSS software and Cronbach's Alpha reliability index, arithmetic means and clustering analysis were calculated. In the general analysis of the scores of the facets obtained in the study, it was observed that sociodemographic, environmental and health variables such as schooling and monthly income are markers of the quality of life of women with UI, corroborating the idea that the higher the socioeconomic condition, the greater the access to prevention and treatment of this disease. A score of 3.5 was observed for general quality of life, which corresponds to the classification “neither bad nor good”. The physical, psychological, social relationships and environmental domains have a median of 4.0. Cluster analysis revealed that enuresis and depression are factors that most impact the quality of life of women with UI. Based on the results, a didactic material was created with the aim of informing and directing the physical therapist on care and general guidelines for UI, in order to collaborate with the improvement of the well-being of these people and minimize these problems at the regional level. It is concluded that urinary incontinence can impact the quality of life of women, but still needs more information about its prevention and treatment.