Infecção do trato urinário: etiologia e perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos

Abstract

O tratamento empírico das infecções do trato urinário, principalmente quando decorrente da infecção adquirida na comunidade, colabora significativamente com o desenvolvimento de resistência bacteriana. O presente estudo tem como objetivo determinar a frequência e o perfil de sensibilidade antimicrobiana in vitro das bactérias isoladas de uroculturas dos pacientes ambulatoriais atendidos em laboratório do município de Cruz das Almas-BA. Trata-se de um estudo retrospectivo, observacional descritivo com abordagem quantitativa/qualitativa através da análise dos resultados de uroculturas e seus respectivos antibiogramas, contidos no banco de dados de laboratório de análises clínicas de rede privada. O patógeno mais frequente foi Escherichia coli (65,2%) seguido da Klebsiella pneumoniae (13,4%). 78,6% dos resultados de urocultura positivas foram de pacientes do sexo feminino, enquanto, a faixa etária mais prevalência de ITU foram pacientes acima de 60 anos. 80%, das bactérias Gram positivas apresentaram resistência aos macrolídeos, seguido dos betalactâmicos (40%). O perfil de resistência das bactérias Gram negativas foi consideravelmente elevado quanto testados os antibióticos da classe dos betalactâmicos (77%), dos inibidores de ácido fólico (52%), nitrofurantoína (51%) e fluoroquinolonas (41%), sendo a Klebsiella pneumoniae apresentando maiores taxas de multirresistência. As drogas mais ativas para tratamento da ITU indicadas no estudo são os betalactâmicos associados a inibidor de betalactamase, aminoglicosídeos e cefalosporinas. É fundamental que o médico considere tais informações no momento da decisão terapêutica empírica, devendo ser reavaliada imediatamente após o resultado da urocultura para o correto tratamento direcionado ao patógeno implicado. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACT Empirical treatment of urinary tract infections, especially when resulting from community-acquired infection, contributes significantly to the development of bacterial resistance. The present study aims to determine the frequency and in vitro antimicrobial susceptibility profile of bacteria isolated from urine cultures of outpatients treated at a laboratory in the municipality of Cruz das Almas-BA. This is a retrospective, observational, descriptive study with a quantitative/qualitative approach through the analysis of the results of urine cultures and their respective antibiograms, contained in the database of a private clinical analysis laboratory. The most frequent pathogen was Escherichia coli (65.2%) followed by Klebsiella pneumoniae (13.4%). 78.6% of positive urine culture results were from female patients, while the age group with the highest prevalence of UTI were patients over 60 years of age. 80% of Gram-positive bacteria showed resistance to macrolides, followed by beta-lactams (40%). The resistance profile of Gram-negative bacteria was considerably high when tested antibiotics of the beta-lactam class (77%), folic acid inhibitors (52%), nitrofurantoin (51%) and fluoroquinolones (41%), being Klebsiella pneumoniae showing higher rates of multidrug resistance. The most active drugs for the treatment of UTI indicated in the study are beta-lactams associated with beta-lactamase inhibitors, aminoglycosides and cephalosporins. It is essential that the physician consider such information when making an empirical therapeutic decision, and it should be reassessed immediately after the result of the urine culture for the correct treatment directed to the pathogen involved.