Riscos associados ao uso indiscriminado de medicamentos para o tratamento da obesidade: perspectivas da atuação farmacêutica

Abstract

A obesidade é uma doença crônica não transmissível, caracterizada pelo alto volume de tecido adiposo. Tem sido caracterizada como prevalente em diversos países. Por estar ligada a diversas doenças, e um padrão de beleza estabelecido pela mídia, há um procura por terapias que ofereçam resultados rápidos. Com base nesta problemática, este estudo tem como objetivo geral realizar uma revisão de dados bibliográficos, buscando descrever os riscos associados a utilização indiscriminada de anorexígenos. A pesquisa foi realizada através de uma revisão bibliográfica integrativa, baseada na análise de artigos científicos, publicados nos últimos 5 anos (2017 – 2021), disponíveis nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrievel System Online, Scientific Electronic Library Online, Biblioteca Virtual em Saúde. Nesta busca, foi possível evidenciar os medicamentos utilizados no tratamento da obesidade, como a sibutramina, liraglutida, orlistate, femproporex, mazindol, anfepramona, fluoxetina e a bupropiona. Destacando que os dois últimos são utilizados de forma off-label. Estes medicamentos podem apresentar uma série de efeitos adversos, como no sistema gastrintestinal (dor abdominal, insuficiência hepática, doença do refluxo gastroesofágico, diarreia), no sistema nervoso central (convulsões, insônia, anorexia, surtos psicóticos, visão turva, dependência química) e no sistema cardiovascular (taquicardia, agravo de arritmias, elevação da pressão arterial, hemorragia cerebral). Os consumidores são levados a acreditar que a magreza é um sinônimo de saúde, por conta disso os medicamentos para emagrecimento são comercializados como uma solução rápida, sem a devida atenção aos efeitos adversos e dependência. O trabalho do farmacêutico é conscientizar a pessoa que busca a automedicação sobre suas opções. Conclui-se que os padrões alimentares e estilos de vida mudaram com os avanços sociais, científicos e tecnológicos. O uso de medicamentos sem supervisão profissional ainda é comum, mas deve ser sempre desencorajado, devido aos riscos potencialmente graves. No ato de dispensar, o farmacêutico tem grandes responsabilidades, tanto no sentido de evitar a comercialização indevida, quanto na função de esclarecer dúvidas que os pacientes possam vir a ter, colaborando para a melhor qualidade de vida do indivíduo. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACT Obesity is a chronic non-communicable disease, characterized by a high volume of adipose tissue. It has been characterized as prevalent in several countries. Because it is linked to several diseases, and a standard of beauty established by the media, there is a demand for therapies that offer quick results. Based on this problem, this study has the general objective of carrying out a review of bibliographic data, seeking to describe the risks associated with the indiscriminate use of anorectics. The research was carried out through an integrative literature review, based on the analysis of scientific articles, published in the last 5 years (2017 - 2021), available in the Medical Literature Analysis and Retrievel System Online, Scientific Electronic Library Online, Virtual Library in Health. In this search, it was possible to highlight the drugs used in the treatment of obesity, such as sibutramine, liraglutide, orlistat, femproporex, mazindol, anfepramone, fluoxetine and bupropion. Noting that the last two are used off-label. These drugs can have a number of adverse effects, such as the gastrointestinal system (abdominal pain, liver failure, gastroesophageal reflux disease, diarrhea), the central nervous system (convulsions, insomnia, anorexia, psychotic episodes, blurred vision, drug addiction) and in the cardiovascular system (tachycardia, aggravation of arrhythmias, elevation of blood pressure, cerebral hemorrhage). Consumers are led to believe that thinness is synonymous with health, which is why slimming drugs are marketed as a quick fix, without due attention to adverse effects and dependence. The pharmacist's job is to make the person seeking self-medication aware of their options. It is concluded that dietary patterns and lifestyles have changed with social, scientific and technological advances. The use of drugs without professional supervision is still common, but should always be discouraged, due to the potentially serious risks. In the act of dispensing, the pharmacist has great responsibilities, both in the sense of avoiding undue commercialization, and in the role of clarifying doubts that patients may have, contributing to the better quality of life of the individual.