Infodemia e sua implicação ao uso indiscriminado de medicamentos durante a pandemia por covid-19: uma revisão sistemática

Abstract

A pandemia por Covid-19 ‘(co)rona (vi)rus (d)isease’, começou em 2019 na China. Causada pelo ‘novocoronavírus’ que difere dos demais Coronaviridae pelo contágio e letalidade em humanos, devido a Síndrome Respiratória Aguda Grave ‘SARS-CoV-2”. Neste contexto, o número exponencial de infectados e mortos em curto espaço de tempo, a urgência era minimizar o contágio para viabilizar o atendimento hospitalar em colapso. Além de pesquisas voltadas a prevenção (vacinas), foram realizados tratamentos através do redirecionamento de fármacos e medicações off label. A Pandemia Covid-19, emergiu num contexto de globalização da informação digital (internet, redes socias e aplicativos) que culminaram na disseminação de conteúdos descontextualizado e/ou falsos sobre contágio, tratamento e dados em geral da Pandemia, denominadas de ‘Fake news’ cujos desdobramentos repercutiram na ‘Infodemia da Covid-19’. Assim, os objetivos desta pesquisa foram: verificar a influência das fake news sobre os medicamentos mais utilizados na profilaxia e tratamento da Covid-19; prospectar trabalhos científicos que reportam quais medicamentos foram adotados contra Covid-19 através de fake News, assim como frequência de uso e relacionar o processo de automedicação durante a pandemia por Covid-19 com as fakes news e a infodemia. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática a partir dos descritores (“chloroquine or hydroxychloroquine or ivermectin or zithromycin and covid-19 drug treatment” / “infodemic or disinformation and covid-19 treatment”) incluídos no sistema de metadados ‘MeSH’ integrado ao PubMed-Medline. Os resultados obtidos foram analisados por bibliometria através do ‘The bibliometrix package’ do pacote estatístico R. Foram extraídos 1.268 documentos, respectivamente as combinações de descritores supramencionados. Ocorrendo quase que unanimidade na discussão sobre uso de medicamentos como: hidroxicloroquina, cloroquina, azitromicina e ivermectina na profilaxia e tratamento da Covid-19. Os quais não foram aprovados pela OMS e nenhum órgãosregulatórios de saúde do mundo, devido à baixa eficiência e efeitos colaterais apresentados durante ensaios preliminares para redirecionamento de fármacos. Contudo, houve massiva estimulação por parte dos representantes do executivo dos EUA e Brasil, para o chamado “Kit Covid” que repercutiu no consumo por automedicação desses medicamentos entre 2020 e 2022. Sendo assim, a OMS recomenda o monitoramento dos indivíduos que usaram/usam estes medicamentos off label, que alerta para a persistência do vírus e suas variantes. Remetendo a continuação das pesquisas por vacinas e tratamento de infectados e pós infectados pela COVID 19. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACT: The Covid-19 pandemic '(co)rona (vi)rus (d)isease', began in 2019 in China. Caused by the 'novocoronavirus' that differs from other Coronaviridae by contagion and lethality in humans, caused by Severe Acute Respiratory Syndrome ‘SARS-CoV-2’. In this context, exponential number of infected and dead in a short time, the urgency was to minimize the contagion to make possible the collapsed hospital care. In addition to research aimed at prevention (vaccines) and treatment such as drug redirection and off-label medication. The Covid-19 Pandemic emerged in a context of globalization of digital information (internet, social networks and applications) that culminated in the dissemination of decontextualized and / or false content about contagion, treatment and data in general of the Pandemic, called 'Fake news'. whose developments had repercussions on the 'Covid-19 Infodemic'. Thus, the objectives of this research were: to verify the influence of fake news on the drugs most used in the prophylaxis and treatment of Covid 19; prospect scientific works that report which drugs were adopted against Covid-19 through fake news, as well as frequency of use and relate the process of self-medication during the Covid-19 pandemic with fake news and infodemics. To this end, a systematic review was performed based on the descriptors (“chloroquine or hydroxychloroquine or ivermectin or azithromycin and covid-19 drug treatment” / “infodemic or disinformation and covid-19 treatment”) included in the MeSH metadata system integrated with the PubMed-Medline. The results obtained were analyzed by bibliometrics through the 'The bibliometrix package' of the statistical package R. 1,268 documents were extracted, respectively the combinations of descriptors mentioned above. There is almost unanimity in the discussion about the use of medicines such as: hydroxychloroquine, chloroquine, azithromycin and ivermectin in the prophylaxis and treatment of Covid-19. Which were not approved by the WHO and any health regulatory bodies in the world, due to the low efficiency and side effects presented during preliminary trials for drug redirection. However, there was massive stimulation by the Executive Branch of the US and Brazil for the ‘Zpack-Covid’/ ‘kit covid’ that had an impact on the self-medication consumption of these drugs between 2020 and 2022. Therefore, the WHO recommends monitoring individuals who used/use these off-label drugs, which alerts to the persistence of the virus and its variants. Referring to the continuation of research for vaccines and treatment of infected and post-infected by COVID-19.