Contaminação da alface em supermercados e feiras-livre: uma revisão sistemática

Abstract

A alface (Lactuca sativa) é ima hortaliça mundialmente cultivada, sendo a verdura folhosa mais comercializada e consumida no Brasil e no mundo. Agravos à saúde podem ser desencadeados pelo consumo da alface contaminada que ocorre em várias etapas, desde a produção até o consumo. A água imprópria contaminada por dejetos fecais de humanos e animais, que é dirigida à irrigação; uso de adubo orgânico, contendo material fecal direcionado à plantação; falta de higiene dos manipuladores; transporte e armazenamento inadequado e manuseio doméstico incorreto são fatores que influenciam e favorecem a contaminação. Outra fonte de contaminação é o contato das hortaliças com animais como ratos, baratas, moscas, que são potentes transmissores de doenças. Em função desses fatos, o estudo aqui proposto busca um maior conhecimento sobre os contaminantes parasitários em hortaliças, tendo como objetivo contribuir com uma revisão sistemática dos trabalhos de pesquisa de contaminantes em alfaces comercializadas em supermercados e feiras livres no Brasil, nos últimos 6 anos, além de avaliar a produção científica sobre a alface no cenário nacional. A revisão foi realizada nas seguintes bases de dados: SciElo, PubMed, Web of Science, Science Direct, Springer Link, LILACS e Google Scholar – com ponte de corte de 2015 a 2021. A parte experimental foi dividida e realizada visando a responder os seguintes questionamentos: quais os locais que são encontrados o maior número de contaminantes em alface, os supermercados ou as feiras livres? Quais regiões do Brasil possui maior positividade para contaminantes microbiológicos e químicos? A forma de cultivo (tradicional, orgânico e hidropônico) contribui para a contaminação das alfaces? Os alimentos orgânicos possuem melhor qualidade sanitária quando comparados aos convencionais? E quais os principais fatores que vem influenciando para a contaminação das alfaces? Como resultado, foi possível observar que há negligência ao manusear e armazenar os cultivos tradicionais(hidropônico e orgânico) da alface, o que pode gerar agravos à saúde do consumidor, a exemplo da toxinfecção alimentar. Concluiu-se que o processo de infecção parasitária da Lactuca sativa disponível para o consumo, provavelmente, esteja associado ao transporte aberto, à negligência das condições higiênicas e sanitárias dos responsáveis em manipular as hortaliças no processo de colheita e armazenamento, e aos consumidores na falta de higienização adequada. Tais efeitos indicam a ausência de execução das normas de sanitarismo previstas pela legislação vigente. O que corrobora com a inevitabilidade de ações de intervenção, principalmente, no que se refere à educação e saúde dos produtores rurais e manipuladores de verduras, procurando sempre melhoramentos quanto à manipulação, na higienização e cultivo das alfaces. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACT Lettuce (Lactuca sativa) is a vegetable cultivated worldwide, being the most commercialized and consumed leafy vegetable in Brazil and in the world. Health problems can be triggered by the consumption of contaminated lettuce that occurs in several stages, from production to consumption. Inappropriate water contaminated by human and animal faecal waste, which is directed to irrigation; use of organic fertilizer, containing fecal material directed to the plantation; lack of hygiene of handlers; Inadequate transport and storage and incorrect domestic handling are factors that influence and favor contamination. Another source of contamination is the contact of vegetables with animals such as rats, cockroaches, flies, which are potent transmitters of diseases. Due to these facts, the study proposed here seeks a greater knowledge about parasitic contaminants in vegetables, aiming to contribute to a systematic review of research studies on contaminants in lettuce sold in supermarkets and street markets in Brazil, in the last 6 years, in addition to evaluating the scientific production on lettuce on the national scene. The review was carried out in the following databases: SciElo, PubMed, Web of Science, Science Direct, Springer Link, LILACS and Google Scholar - with a cut-off from 2015 to 2021. The experimental part was divided and carried out in order to answer the following questions questions: which are the places where the largest number of contaminants are found in lettuce, supermarkets or street markets? Which regions of Brazil have the highest positivity for microbiological and chemical contaminants? Does the cultivation method (traditional, organic and hydroponic) contribute to lettuce contamination? Do organic foods have better sanitary quality when compared to conventional foods? And what are the main factors that have influenced the contamination of lettuce? As a result, it was possible to observe that there is negligence when handling and storing the traditional crops (hydroponic and organic) of lettuce, which can cause harm to the consumer's health, such as food poisoning. It was concluded that the process of parasitic infection of Lactuca sativa available for consumption is probably associated with open transport, negligence of hygienic and sanitary conditions of those responsible for handling vegetables in the process of harvest and storage, and consumers in the lack of of proper hygiene. Such effects indicate the lack of enforcement of the sanitation standards provided for by current legislation. This corroborates the inevitability of intervention actions, mainly with regard to education and health of rural producers and vegetable handlers, always looking for improvements in the handling, cleaning and cultivation of lettuces.