Avaliação do conhecimento dos acadêmicos de odontologia sobre prescrição medicamentosa odontológica no tratamento de gestantes e lactantes

Abstract

A terapêutica medicamentosa é comumente utilizada no atendimento odontológico, devido às alterações fisiológicas que o período gestacional propicia. A administração de medicamentos deve ser realizada de forma criteriosa, pois efeitos teratogênicos e abortivos pode acometer o feto, principalmente quando administrado no primeiro trimestre da gravidez. Neste sentido, o estudo objetivou analisar o conhecimento dos acadêmicos do curso de Bacharelado em Odontologia do 4º ao 10º semestre de uma Faculdade do Recôncavo Baiano, sobre a prescrição medicamentosa odontológica para gestantes e lactantes. E como objetivos específicos: verificar o conhecimento dos acadêmicos sobre os elementos que devem conter uma prescrição farmacológica; averiguar se os acadêmicos conhecem os possíveis medicamentos que são incompatíveis com o período gestacional e puerpal. Obedecendo a resolução de nº 466/12, do Conselho Nacional de Saúde o projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa com parecer nº 2.288.046. O estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa e foi realizada na Faculdade Maria Milza localizada no município de Governador Mangabeira. Os dados coletados foram analisados pela ferramenta Excel 2010. O estudo demonstrou que 58,7% dos discentes avaliados, atingiram um conhecimento satisfatório sobre as partes constituintes de uma receita, em relação aos antimicrobianos que podem ser utilizados com segurança no ciclo-gravídico puerpal o índice de acerto chega a 55,1%. Quando abordado sobre o uso de macrolídeo na gestação só 26,0% dos discentes souberam indicar essa classe farmacológica no período gravídico puerpal, no que concerne sobre o fármaco com perfil teratogênico, mas usado com segurança na lactação 43,6% indicaram o ibuprofeno, uma expressiva porcentagem de acadêmicos 52,7% apontaram o AIES como a classe farmacológica designada para gestantes e lactantes em procedimentos mais invasivos. No que diz respeito ao período gestacional na qual a má formação tende a ocorrer quando a administração de fármacos, 87,2% dos discentes apontaram para o primeiro trimestre gestacional, as tetraciclinas fora indicada como antibiótico com perfil teratogênico e que apresenta-se em alta doses no leite materno com percentual de 59,3% e sobre o questionamento dos medicamentos que parecem ter riscos mínimos quando usados conscientemente sob supervisão médica apenas 32,1% dos discentes souberam responder de forma correta, seguido dos com perfil teratogênico onde o percentual foi de 25,4%, a recomendação do uso de colutórios na gestação obteve uma margem de assertividade de 18,1%. Ao fim deste trabalho foi possível concluir que há uma necessidade de complementação do conhecimento dos acadêmicos sobre os aspectos farmacológicos relacionados por gestantes e lactantes. A relevância do estudo se sustenta na possibilidade de esclarecimentos a cerca das inquietudes que surgem no atendimento odontológico medicamentoso para gestantes e lactantes trazendo a seguridade ao profissional no ato da prescrição.