Enfermagem: acolhimento familiar e cuidados aos pacientes com morte encefálica

Abstract

A morte durante muito tempo foi descrita como parada irreversível das funções cardiovascular e respiratória. Porém, com o desenvolvimento tecnológico e aprimoramento das unidades de terapia intensiva, pacientes com lesões encefálicas, que não teriam mais capacidade de manter a homeostasia corporal, compatível com a vida, passaram a ser mantidos com o coração pulsando. Desta forma, cria-se o conceito de morte encefálica, sendo definida como parada total e irreversível das funções cerebrais, só sendo possível manter as funções cardíacas e respiratórias por meios artificiais com auxílio de aparelhos, caracterizando assim a morte clínica do indivíduo. Nesse sentido, além de haver uma necessidade de assistência holística e humanizada com os familiares desses pacientes, é preciso que se preste uma assistência qualificada ao paciente por se tratar de um potencial doador e é neste momento que a acolhida aos familiares faz todo diferencial. A notificação da morte encefálica é uma ação primordial para obter êxito no aumento de potenciais doadores, o que exige do enfermeiro e equipe inseridos no processo, conhecimentos fisiopatológicos e suas peculiaridades à assistência ao potencial doador. Portanto, este estudo teve como objetivo geral: conhecer através da literatura como tem ocorrido o acolhimento aos familiares e os cuidados de enfermagem aos pacientes com morte encefálica. E objetivos específicos: identificar os procedimentos adotados pelos profissionais de enfermagem para acolhimento dos familiares de pacientes com morte encefálica, descrever como a literatura traz os impactos positivos do acolhimento dos familiares de paciente com morte encefálica realizado pela equipe de enfermagem e verificar os cuidados de enfermagem realizados aos pacientes com morte encefálica na unidade de terapia intensiva. O estudo consistiu de uma revisão integrativa com pesquisas realizadas nas bases de dados Sciello e Lilacs, com base em publicações dos últimos 5 anos. Foi realizada uma leitura exploratória e seletiva acerca da atuação do enfermeiro no que tange aos cuidados com pacientes com morte encefálica e de seus familiares. Os critérios de inclusão para a pesquisa foram: publicações em língua portuguesa e dos últimos 5 anos e como critérios de exclusão: publicações com mais de 5 anos e que não estivessem na língua portuguesa. Foram encontradas 15 publicações nas bases de dados com os seguintes filtros: texto completo disponível, idioma- Português, anos de publicação- 2013 a 2017. Após a seleção do material foi dado continuidade a produção de texto dos resultados da pesquisa. Como resultados percebe-se que a acolhida aos familiares pelos enfermeiros ainda é muito fragilizada, pois os mesmos se preocupam mais com a manutenção dos órgãos do paciente já que o mesmo pode tornar-se um potencial doador, entretanto, acabam esquecendo o lado afetivo dos familiares. O acolhimento humanizado é fundamental, pois os enfermeiros precisam ter a família como parceiros para que se torne viável a autorização da doação de órgãos.________________________________________________________________________________ ABSTRACT: Death for a long time has been described as irreversible arrest of cardiovascular and respiratory functions. However, with the technological development and improvement of the intensive care units, patients with brain lesions, who would no longer be able to maintain the body's homeostasis, compatible with life, began to be kept with the heart pulsing. In this way, the concept of encephalic death is created, being defined as total and irreversible stop of the cerebral functions, being only possible to maintain the cardiac and respiratory functions by artificial means with the aid of apparatuses, characterizing the clinical death of the individual. In this sense, in addition to a need for holistic and humanized care with the relatives of these patients, it is necessary to provide qualified assistance to the patient because it is a potential donor and it is at this moment that the welcome to the family makes all the difference. The notification of brain death is a primordial action to be successful in increasing potential donors, which requires the nurses and staff involved in the process, pathophysiological knowledge and their peculiarities to assist the potential donor. However, this study had as a general objective: to know through the literature how it has happened the reception to the relatives and the nursing care to the patients with encephalic death. And specific objectives: to identify the procedures adopted by nursing professionals to accommodate the relatives of patients with brain death, to describe how the literature brings the positive impacts of the reception of family members of patients with brain death performed by the nursing team and to verify the nursing care patients with encephalic death in the intensive care unit. The study consisted of an integrative review with researches carried out in the Sciello and Lilacs databases, based on publications of the last 5 years. An exploratory and selective reading about the nurses' performance regarding the care of patients with brain death and their relatives was carried out. The inclusion criteria for the research were: publications in Portuguese and the last 5 years and as exclusion criteria: publications over 5 years old and that were not in the Portuguese language. We found 15 publications in the databases with the following filters: language- Portuguese, year of publication- 2013 a 2017. After the selection of the material, the text production of the research results was continued. As partial results, it is noticed that the nurses' family caregivers are still very fragile, because they are more concerned with the maintenance of the patient's organs since they can become a potential donor, however, they end up forgetting the affective side of family members. Humanized care is essential, because nurses need to have the family as partners so that the authorization of organ donation becomes viable.