Teorias e práticas de enfermeiras da estratégia saúde da família sobre o manejo da sífilis gestacional

Abstract

A sífilis é uma doença infectocontagiosa, de fácil diagnóstico e tratamento disponível no Sistema Único de Saúde. No clico gravídico puerperal a infecção por sífilis se torna mais preocupante, devido ao agravo da forma congênita. As enfermeiras da Estratégia Saúde da Família, devem dispor de conhecimento e práticas assistenciais efetivas no manejo da sífilis gestacional, a fim de diminuir a incidência da infecção e evitar complicações. Nesse contexto, objetivou-se com esse estudo, analisar a relação teoria/prática de enfermeiras que atuam na Estratégia Saúde da Família em município do Recôncavo Baiano, quanto o manejo da sífilis gestacional. Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa. O estudo foi realizado em sete Unidades Saúde da Família, localizadas na zona urbana de um município do Recôncavo Baiano. Para a coleta de dados foram realizadas entrevista com as sete enfermeiras atuantes na estratégia saúde da família que prestam assistência ao pré-natal, as quais foram gravadas e transcritas posteriormente, além de 21 horas de observação de consulta pré-natal com auxílio de roteiro construído previamente. A análise de dados seguiu a proposta da análise de conteúdo de Minayo, dando origem as seguintes categorias: Conhecimento das Enfermeiras sobre o manejo da sífilis gestacional; Estratégias desenvolvidas pelas enfermeiras no manejo da sífilis gestacional durante o pré-natal; Limitações e dificuldades para a assistência às gestantes com diagnóstico de sífilis na Estratégia Saúde da Família. A pesquisa atendeu a todos os critérios da resolução do Conselho Nacional de Saúde 466/2012, sendo enviada ao comitê de ética e pesquisa que emitiu parecer n° 2.255.159. Os resultados evidenciaram a totalidade de profissionais do sexo feminino com idades que variam de 23 a 43 anos. A média de tempo de atuação das enfermeiras na Estratégia Saúde da Família foi de 1 ano e 8 meses, sendo todas as profissionais vinculadas ao serviço por contrato. Apenas duas das entrevistadas possuem especialização na área de Saúde da Família. Ainda que as enfermeiras apresentem conhecimento sobre a sífilis e o seu risco na gestação, denota-se a necessidade de maiores informações acerca do tratamento, para que de fato sintam-se seguras a exercerem sua autonomia, dando prosseguimento ao tratamento após o diagnóstico. Após análise das estratégias desenvolvidas ficou em evidência que as atividades educativas, individuais e coletivas, são importantes instrumentos utilizados na transmissão de informações as gestantes e seus parceiros. Apesar de algumas entrevistadas relatarem não identificar dificuldade e limitações no manejo da sífilis gestacional, elucidou-se nas falas informações que denotam dificuldades frente a aceitação das gestantes e seus parceiros ao tratamento e mesmo a compreensão sobre a doença e suas implicações ao feto, notou-se ainda a necessidade de traçar novas estratégias para captação das gestantes e seus parceiros para o início precoce do pré-natal, afim de identificar riscos à saúde materna e de seu concepto e evitar agravos como a sífilis congênita. Desse modo, fica notória a importância de abordagem dessa temática para maior reflexão sobre as práticas assistenciais frente a uma doença de grande impacto para a Saúde Pública do Brasil.