Estratégias utilizadas pelas enfermeiras na atenção básica para a prevenção da gravidez na adolescência

Abstract

A cada dia, mais precocemente, os adolescentes vêm iniciando suas atividades sexuais, podendo ocasionar uma gravidez não planejada. A gravidez em qualquer época da vida é uma situação que provoca alterações do papel social da mulher e quando acontece na adolescência às alterações assumem um risco maior. Nessa concepção o estudo teve como objetivo: analisar as estratégias desenvolvidas por enfermeiras da atenção básica quanto a prevenção da gravidez na adolescência em um município do Recôncavo Baiano. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, que foi realizado na atenção básica de um município do Recôncavo Baiano. Os sujeitos do estudo foram as 15 enfermeiras atuantes na atenção básica. A técnica de coleta de dados foi a entrevista individual, guiada por um roteiro semi-estruturado contendo seis questões. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo de Minayo. A partir da realização coletada, emergiram quatro categorias teóricas de análise: estratégias utilizadas pelas enfermeiras para atividades de prevenção da gravidez na adolescência; dificuldades e barreiras para prevenção da gravidez na adolescência; captação das adolescentes para atividade de prevenção da gravidez na adolescência e não participação masculina nas questões do planejamento reprodutivo. O estudo atendeu aos critérios éticos, estando em consonância com a Resolução 466 de 2012 do Conselho Nacional de Saúde, sendo submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, e aprovado sob o parecer de número 2.252.612. As participantes foram todas do sexo feminino. O resultado do estudo relevou que as principais estratégias para prevenção da gravidez na adolescência é a dispensação de métodos contraceptivos, o que fica evidente que falta mais ações como sala de espera, palestras e atividades de sensibilização individuais no seu cotidiano da atenção básica. Revelou-se diante dos discursos a dificuldade encontrada pelas enfermeiras para realizar a captação das adolescentes para realizar as atividades de prevenção da gravidez, sendo necessária mais articulação com os jovens e a sensibilização dos pais. A captação de adolescentes para consultas nas unidades ocorre na sua maior parte por busca ativa com os Agentes comunitários de saúde, revelando a importância do trabalho em equipe. Como barreiras foram citadas pelas enfermeiras a vergonha das adolescentes de irem à unidade no dia de consulta de Planejamento Familiar, a necessidade de autorização dos pais para frequentarem tais consultas e a não participação masculina nesse processo. Como ações intersetorias foram citadas por algumas enfermeiras as atividades do programa saúde na escola, sendo que a maioria das enfermeiras não realizam tais ações, pois relatam que há uma grande demanda de atendimento na unidade de saúde, não havendo disponibilidade de tempo, ou referem também não haver escolas próximas da unidade para trabalhar com a temática. Com este estudo, percebeu-se que as ações de prevenção da gravidez realizadas pelas enfermeiras da atenção básica encontra entraves para sua efetiva concretização, sendo centradas ainda na entrega de métodos contraceptivos e se afastando do princípio da integralidade.