Busca ativa de parceiros sexuais de gestantes com diagnósticos de sífilis

Abstract

A sífilis é uma doença infecciosa sistêmica, transmitida pela via sexual e verticalmente durante a gestação. Essas se mantêm como um grave problema de saúde pública, diante das repercussões que podem acarretar ao concepto, quando a gestante não realiza o tratamento ou é tratada inadequadamente. Sendo um dos fatores desse tratamento inadequado o não tratamento do seu parceiro. Considerando a Busca ativa desses parceiros como instrumento primordial para a abordagem terapêutica, rompimento do elo de transmissão e concomitantemente o combate à transmissão vertical da doença. Diante disso, a presente pesquisa contemplou no objetivo geral conhecer se e como os enfermeiros da Estratégia Saúde da Família tem realizado a busca ativa de parceiros sexuais de gestantes com sífilis em um município do Recôncavo Baiano. E os específicos: descrever o perfil profissional dos enfermeiros das ESF; Verificar a existência de estratégia realizada pelos enfermeiros nas unidades para busca ativa de parceiros de gestantes; Identificar quais as dificuldades e facilidades para realizar a captação dos parceiros; Averiguar nos prontuários das gestantes a existência de anotações sobre a busca ativa dos parceiros sexuais. Dessa forma, foi utilizado o método de pesquisa de caráter descritivo de abordagem qualitativa, em que teve como participantes do estudo enfermeiras da Estratégia Saúde da Família de um determinado município do Recôncavo Baiano. Para coleta de dados, foi utilizada entrevista semiestruturada. Posteriormente, os dados foram organizados e transcritos de forma sistemática e analisados a partir da técnica de análise de conteúdo segundo Minayo, em que realizou-se: a pré- exploração do material e de leituras flutuantes, além de inferência na análise de conteúdo. Os resultados apontaram o predomínio de enfermeiros do sexo feminino com idade entre 27 e 40 anos. A maioria das participantes, tinham como estratégias a educação em saúde para a sensibilização da gestante e atribuição ao Agente Comunitário de Saúde para a realização da busca ativa do parceiro. A respeito das dificuldades para realizar a captação do parceiro, as enfermeiras identificaram as seguintes questões: hesitação da gestante, incompatibilidade do horário de trabalho do homem, com o da Unidade de Saúde da família; resistência do parceiro e a falta de ACS em algumas microáreas. Como aspectos facilitadores foi evidenciado o entendimento da gestante e quando há cobertura da microárea. No que concerne à realização do registro da ação no prontuário, apenas duas participantes executaram a anotação. Com base nessa pesquisa depreende-se que para realização e sucesso na captação dos parceiros é necessário convoca mudanças na abordagem e qualificações de profissionais da saúde e na dinâmica das ações e estrutura das Unidades Básicas de Saúde. A partir disso, será possível a captação dos parceiros sexuais de gestante com diagnostico de sífilis para o tratamento simultâneo do casal e controle da incidência dos casos de sífilis congênita.