Concepções da equipe de enfermagem sobre medidas de prevenção de acidentes com perfurocortantes em unidade de emergência hospitalar

Abstract

Os acidentes de trabalho e riscos ocupacionais estão diretamente associados ao ambiente e tipo de atividade que é desenvolvida, dessa forma acometem em maior incidência os profissionais da área de saúde com destaque para a equipe de enfermagem que atua no setor de emergência. Os acidentes com materiais biológicos são os mais frequentes na equipe de enfermagem, em especial com os perfurocortantes. Nesse contexto esses acidentes são considerados perigosos e podem causar a transmissão ocupacional de mais de 20 patógenos incluindo o vírus da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e hepatites virais, além disso, podem gerar problemas psicossociais que são capazes de ocasionar repercussões negativas na vida dos profissionais. O estudo teve como objetivo geral: analisar a concepção da equipe de enfermagem quanto às medidas de prevenção de acidentes com perfurocortantes em unidade de emergência de um município do recôncavo baiano. Foi realizada uma pesquisa de campo de abordagem qualitativa e natureza descritiva. A coleta de dados foi realizada em um hospital do recôncavo baiano, tendo como participantes da pesquisa a equipe de enfermagem que inclui técnicos em enfermagem e enfermeiros que atuam no setor de emergência, e a coleta de dados foi realizada através de uma entrevista estruturada. Para a interpretação dos dados utilizou-se a análise de conteúdo de Minayo. A partir da análise dos resultados conclui-se que os acidentes com perfurocortantes acontecem durante a jornada de trabalho, e durante o manuseio de materiais que tem a capacidade de perfurar, o estudo também apontou que a agulha é o maior responsável por acidentes. De acordo com as medidas de biossegurança utilizada para a prevenção foi destacado o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), o item mais citado foram as luvas. A cerca da existência de protocolos e atividades de educação permanente chegaram- se a conclusão que estas são insuficientes. Entre os riscos citados pelos os participantes, o principal foi a infecção por doenças de transmissão sanguínea, já de acordo com as causas foram apontados a desatenção, não adesão ao uso dos EPIs, quebra da técnica correta, autoconfiança envolvendo muitos anos de atuação por parte dos profissionais. A categoria de profissionais que se encontraram em maior vulnerabilidade foram os técnicos, auxiliares de enfermagem. Portanto foi possível identificar que os profissionais possuem conhecimento insuficiente a cerca da prevenção dos acidentes com perfurocortantes, nesse contexto é valido enfatizar para as necessidades das atividades de educação continuada visando a prevenção desses acidentes.