Abordagem teórica sobre o uso de medicamentos antidepressivos por pacientes em terapia antineoplásica

Abstract

As neoplasias são caracterizadas pelo aumento acelerado de células no organismo humano e englobam mais de 200 patologias que, rapidamente, acometem órgãos do corpo humano e tecidos adjacentes envolvidos, dando procedência à inervação destas células (processo conhecido como metástase). A terapia antineoplásica, em especial a quimioterapia, provoca inúmeros efeitos colaterais ao paciente oncológico. Além daqueles mais frequentes, como náuseas e vômitos, pacientes com diagnóstico de neoplasias são amplamente suscetíveis aos transtornos psíquicos, uma vez que os sentimentos de impotência, tristeza, desesperança, perda de prazer generalizada, perturbações do sono, inapetência e sentimentos de desvalia estão presentes nos pacientes. No contexto dos distúrbios psicológicos, a depressão é um transtorno comum em pacientes com câncer, cuja prevalência varia de acordo com o tipo de câncer, sítios do tumor, estágio clínico, dor, funcionamento físico limitado, além da existência ou não de suporte social. Tais fatores contribuem para uma acentuada redução na adesão ao tratamento pelo paciente. Uma forma de aumentar a adesão à terapêutica e melhorar a qualidade de vida desses pacientes, é a inserção de medicamentos antidepressivos na terapia. Diante disso, o objetivo desse trabalho foi conhecer os antidepressivos mais usados por pacientes em terapia antineoplásica. Tratou-se de uma pesquisa de caráter descritivo com abordagem qualitativa, na perspectiva de uma revisão integrativa. Foi possível observar que a principal consequência do uso concomitante de antidepressivos com antineoplásicos é o aumento do intervalo e tempo da quimioterapia, além da interação de alguns fármacos como docetaxel e nefazodona, pode resultar num aumento do risco de toxicidade por docetaxel (anemia, leucopenia, trombocitopenia, febre, diarreia). É extremamente importante conhecer as interações entre os antidepressivos e os antineoplásicos uma vez que a maioria dos pacientes com câncer possuem uma maior probabilidade de desenvolver depressão, especialmente durante o tratamento quimioterápico.____________________________________________________________________________ ABSTRACT: The neoplasias are characterized by the accelerated increase of cells in the human organism and encompasses more than 200 pathologies that quickly affect the organs of the human body and adjacent tissues involved, giving origin to the innervation of these cells (process known as metastasis). Antineoplastic therapy, especially chemotherapy, causes innumerable side effects to cancer patients. In addition to those more frequent, such as nausea and vomiting, patients diagnosed with neoplasias are widely susceptible to psychic disorders, since feelings of impotence, sadness, hopelessness, generalized pleasure loss, sleep disturbances, inappetence and feelings of worthlessness are present in these patients. In the context of psychological disorders, depression is a common disorder in cancer patients, whose prevalence varies according to the type of cancer, tumor sites, clinical stage, pain, limited physical functioning, and the existence or not of social support. These factors contribute to a marked reduction in adherence to treatment by the patient. One way of increasing adherence to therapy and improving the quality of life of these patients is the insertion of antidepressant medications into therapy. Therefore, the objective of this study was to evaluate the use of antidepressants in patients under anti-neoplastic therapy. It was a descriptive research with a qualitative approach, with a view to an integrative review. It was possible to observe that the main consequence of the concomitant use of antidepressants with antineoplastic agents is the increase of the interval and time of the chemotherapy, besides the interaction of some drugs like docetaxel and nefazodone can result in an increased risk of docetaxel toxicity (anemia, leucopenia, thrombocytopenia, fever, diarrhea). It is extremely important to know the interactions between antidepressants and antineoplastics since most cancer patients are more likely to develop depression, especially during chemotherapy